SOMBRA

Vaga sombra me entorpece
Na retina do meu olhar, um
Silêncio rasteiro, frio como
A madrugada, sem teto
Divaga no além. Na escureza
Mórbida, em sútil agonia, rasga
Solitário, um grito no silêncio.
Flagrado, de olhar esquivo
Sorrateiro, naufragado, no
Abandono, onde vaga a memória
Que dilacera a alma, sem
Destino, perdida e condenada
A triste sina reservada, que
Padece, obstinada sem razão
Vestida de amargura no além.