Aurélia

Pálida, jaz sobre meu peito, nua

Minha alma ainda entrelaçada a sua

Encobertos pelos mantos de Orfeu

Abençoados pelos anjos, vigiados por Deus

Estamos nos jardins de rosas pálidas

Perscrutados pelas sombras gélidas das cascatas

Rodeados pelos cantos dos pássaros, ciumentos

Seus cabelos ofuscam o sol e calam os ventos

És deusa entre as mulheres desse mundo

Não existem olhos mais profundos,

Nem tez mais perfumada,

Nem aura mais branca que a sua.

És linda, tão linda, que as águas,

Constrangidas, não refletem tua face na lua

Não permitem que vejam as estrelas

Seu brilho refletido na sua pele nua

Ninfa da natureza pagã,

Que anda pelas nuvens do meu desejo

Morrerei eternamente refém,

Inebriado pelos seus feiticeiros beijos

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 16/08/2013
Reeditado em 09/10/2013
Código do texto: T4437218
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