Aurélia
Pálida, jaz sobre meu peito, nua
Minha alma ainda entrelaçada a sua
Encobertos pelos mantos de Orfeu
Abençoados pelos anjos, vigiados por Deus
Estamos nos jardins de rosas pálidas
Perscrutados pelas sombras gélidas das cascatas
Rodeados pelos cantos dos pássaros, ciumentos
Seus cabelos ofuscam o sol e calam os ventos
És deusa entre as mulheres desse mundo
Não existem olhos mais profundos,
Nem tez mais perfumada,
Nem aura mais branca que a sua.
És linda, tão linda, que as águas,
Constrangidas, não refletem tua face na lua
Não permitem que vejam as estrelas
Seu brilho refletido na sua pele nua
Ninfa da natureza pagã,
Que anda pelas nuvens do meu desejo
Morrerei eternamente refém,
Inebriado pelos seus feiticeiros beijos