Branco

Pois, diante estou, do mais belo poema

Da mais linda flor, que Deus, num instante máximo de inspiração

Esculpiu com as próprias mãos, divina.

Vê, como possível é, que exista em uma mulher

Tantas formas de beleza? Formas da natureza sã

Do vermelho mais rubro da maçã

Ao brilho mais inebriante de uma estrela da manhã

Seus olhos trazem toda confusão

Toda excitação, das ondas de um mar

A vagar confuso na escuridão

Seu corpo, precioso atributo,

Diamante bruto, esperando as mãos

Que o esculpirão nas noites de amor

A vida, esse fio celeste, sempre prestes a sumir

Se vai, esvai-se em pétalas de flores brancas

Que caem em cascatas tontas, a marcar sua pele

De perfume, de cheiro tão suave que invade a alma

Que rasga o meu peito apaixonado por ti.

Ah, se possível fosse habitar na noite destes teus cabelos

Fazer dos teus seios travesseiros de mais branca cor

E confundir tua boca com a flor

Que inebria de desejo o impávido beija-flor

E fazer das tuas mãos, refúgios singelos para minha dor

Oh, coroada deusa dos ventos ateus

Canto dos Anjos no altar de Deus

Eva, que caminha nua pelo Éden

Pelo jardim, as flores cedem ao te ver passar

E as aves, fecham suas penas e cessam seu cantar

Carol S Antunes
Enviado por Carol S Antunes em 16/08/2013
Reeditado em 09/10/2013
Código do texto: T4437152
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