SONETO DA CONCUPISCÊNCIA

Vivemos mil infernos nesta vida:

O astral, emocional... E portanto

Somos adeptos desse desencanto

Da existência vã, desiludida.

Na chuva dos tormentos, sem guarida,

Nos encharcando de penúria e pranto,

Sonhando pesadelos, sem no entanto

Deixar no ocaso a vida que é vivida.

Quem é da luta torpe e biliosa

Desfaz o choro, vê que é carne e goza

Sem pudicícia e com concupiscência.

Posto que a vida é isso, um momento,

Sem o garimpo do encantamento

Que razão teria a existência?

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 09/06/2013
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