DESATO
Desato cada nó dado em teu vestido
Tua calcinha tiro com polegada de meu dedos
Minha boca fria, se torna quente
Sua pele quente, esfria em gozo crescente
Gemidos, gritos, quebram nossa correntes, que nos prende
Em realidades em tons de cinza e de grafite
Minha boca ver seu corpo como maré navegável
A enxurrada que sai entre suas pernas, banha minha língua
Mata minha sede por você
Na rua, na chuva, beira da esquina
Não importa local
Não importa hora
Negra menina passa por mim e fascina
Meu olhar quente de fogo ascende
Meus lábios se lambuzam e balbuciam
Pequenas besteiras de pára-choques de caminhão
Vejo tua pele, cabelo, quadris a balançar
Tal vez me chamem sem querer chamar
Talvez eu esteja lerdo sem querer acordar