DESATO

Desato cada nó dado em teu vestido

Tua calcinha tiro com polegada de meu dedos

Minha boca fria, se torna quente

Sua pele quente, esfria em gozo crescente

Gemidos, gritos, quebram nossa correntes, que nos prende

Em realidades em tons de cinza e de grafite

Minha boca ver seu corpo como maré navegável

A enxurrada que sai entre suas pernas, banha minha língua

Mata minha sede por você

Na rua, na chuva, beira da esquina

Não importa local

Não importa hora

Negra menina passa por mim e fascina

Meu olhar quente de fogo ascende

Meus lábios se lambuzam e balbuciam

Pequenas besteiras de pára-choques de caminhão

Vejo tua pele, cabelo, quadris a balançar

Tal vez me chamem sem querer chamar

Talvez eu esteja lerdo sem querer acordar

Raphael MUKUMBI Lisboa
Enviado por Raphael MUKUMBI Lisboa em 14/05/2013
Reeditado em 23/07/2013
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