Sensualidade à flor da inocência
Ao nascer, tu és clausura hermética
Lava solidificada nas entranhas da mente
Que acende os desejos inócuos
E aguarda o bote da serpente
Mas em sono profundo, é oriundo
Bem ao fundo, na raiz da genética
A incógnita contida na visão do menino
Deturpa a real motivação, e então
Posto que é impedimento
Navega em devaneios, mas em mar aberto
De certo, se esvai a chama ao vento
A contento, face à arguição, não se explora
Mas há de chegar a hora da vitória,
Do insigne sentimento aflorar
A conexão é inerente, quando frente à frente
Magnetizado pela emoção, com sofreguidão
Deixa-se embalar, encantar...sem acreditar
É dor no peito, pulsação torrencial e urgente
Expele ardor, porventura um ínfimo amor
É ebulição que sai dos olhos, cai no colo
Que de desconhecido, só é sabido
É profundo e obviamente verdadeiro
Sensual e emergente, do âmago expulsa
O que no adulto é certo e derradeiro.