Dois Corpos

Então sinta minha pena a percorrer seu corpo, traçar linhas em diversas cores.

Se entregue às suaves sensações que a ponta do tinteiro lhe dará,

Deixe-se levar por palavras pecaminosas e envolva-se com as cores do prazer,

Prazer sensualmente luxurioso, que só uma simples gota pode proporcionar,

Tal gota possui pensamentos inconcebíveis à mente humana, que se deixou prender em seus moralismos fúteis e desnecessários;

Sinta o fogo que segue minhas escritas queimar-lhe a pele,

Deixe que a febre, presa em teus pensamentos mais insanos exploda,

Abrindo teus poros e carregando-o pelas

Ondas carmesim, que marcam o inicio do nosso pecado,

Que os Deuses e as Musas da Poesia juntem-se a nós, em nosso banquete de carnes humanas masculinas,

Que o vinho de Dionísio, nos embriague e libere-nos de nossas barreiras imaginárias,

Oh!, Bacantes, Elfos, Fadas, Silfos, Sátiros e demais seres das natureza, seres que se escondem nas sombras das Florestas e das Matas,

Conceda a esses corpos cansados das masmorras impostas pela separação, um momento de prazer,

Afrodite, Nefertiti, Isis, Ishitar, senhoras do amor e dos desejos carnais

Cubram esses dois corpos que se unem na Relva verde das Savana, com seus mantos

E que nada nem ninguém, ser humano ou ser astral, perturbe esse belo enlace

Feito pelas linhas traçadas em diversas cores com a pena dourada da Paixão

E abençoado pelo Fluir Mágico, que somente

Dois corpos, unidos em um só, possuem e espalham pela Prisão da Vida Carnal,

Assim, libertos, andam pelas verdejantes terras do Espírito, -lugar onde ninguém pode adentrar, a não ser pela união de suas respirações.

Kaliban Morya
Enviado por Kaliban Morya em 07/05/2013
Código do texto: T4278681
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