Dois Corpos
Então sinta minha pena a percorrer seu corpo, traçar linhas em diversas cores.
Se entregue às suaves sensações que a ponta do tinteiro lhe dará,
Deixe-se levar por palavras pecaminosas e envolva-se com as cores do prazer,
Prazer sensualmente luxurioso, que só uma simples gota pode proporcionar,
Tal gota possui pensamentos inconcebíveis à mente humana, que se deixou prender em seus moralismos fúteis e desnecessários;
Sinta o fogo que segue minhas escritas queimar-lhe a pele,
Deixe que a febre, presa em teus pensamentos mais insanos exploda,
Abrindo teus poros e carregando-o pelas
Ondas carmesim, que marcam o inicio do nosso pecado,
Que os Deuses e as Musas da Poesia juntem-se a nós, em nosso banquete de carnes humanas masculinas,
Que o vinho de Dionísio, nos embriague e libere-nos de nossas barreiras imaginárias,
Oh!, Bacantes, Elfos, Fadas, Silfos, Sátiros e demais seres das natureza, seres que se escondem nas sombras das Florestas e das Matas,
Conceda a esses corpos cansados das masmorras impostas pela separação, um momento de prazer,
Afrodite, Nefertiti, Isis, Ishitar, senhoras do amor e dos desejos carnais
Cubram esses dois corpos que se unem na Relva verde das Savana, com seus mantos
E que nada nem ninguém, ser humano ou ser astral, perturbe esse belo enlace
Feito pelas linhas traçadas em diversas cores com a pena dourada da Paixão
E abençoado pelo Fluir Mágico, que somente
Dois corpos, unidos em um só, possuem e espalham pela Prisão da Vida Carnal,
Assim, libertos, andam pelas verdejantes terras do Espírito, -lugar onde ninguém pode adentrar, a não ser pela união de suas respirações.