Contato da Carne
Quero desenhar a sua vida na minha
Ser a vitima e o algoz de cada entrelinha
E nos versos pagãos, nos unirmos como dois irmãos
Sua pele circunscrita na minha inexatidão exata
Marcar-te a fogo, purgar-te aos poucos,
Salvar-te dos pecados que nos unem,
Tão cristãos, os mesmos que uniram Eva,
O oculto entre a luz e a treva, a Adão
Sermos um e sermos todos
Sermos sãos e sermos loucos
Numa terra em que o amor fala pouco, quase nada
Beber inesgotavelmente na taça da Criação.