AQUELE CORPO
POEMA
Autor: Floriano Silva
Suavemente deslizei os dedos percorrendo todo o seu corpo durante infindáveis minutos.
Curvas que apetecem, levando-me ao puro êxtase. Como se estivesse eu cometendo a maior das heresias o maior de todos os pecados mortais, viajei.
Desejos carnais dominaram os meus sentimentos e tomado por tal instinto, fui além.
Ah! Perdi a noção do tempo.
Lancei-me ao espaço aproveitando metro a metro daquele corpo que respondia aos estímulos provocados pela suavidade do meu órgão com uma suave melodia.
No instante em que há vi, pela primeira vez algo falou dentro de mim. Deslumbrante, inerte, concebida artesanalmente suponho, a espera de meu toque intencional, dai o momento da entrega, o ápice.
Um fio de tal modo tensionado, preso ao seu corpo completava e dava o toque final ao conjunto da obra.
Magnífica.
Percorri, escalei os trastes com os dedos e meu ouvido talvez absoluto pode enfim se pronunciar.
Afinada.
Comas na medida exata.
Ela vibra e geme.
Enquanto eu vivo e morro de intenso prazer sempre que toco.
Aquele corpo.