FEITO FUMAÇA
Apareces sorrateira em meio à noite.
Assalta-me o sono,
E invade a minha cabeça em rodopios.
Transforma em arrepios os devaneios,
Queima feito brasa a minha pele em desejos,
Escapa como fumaça à meus anseios.
É fogo, palpitação, confusão, vaidade e luxúria. Talvez até gula.
Qual pecado não?
E no proibido, habita minha perdição,
Ponto fraco, paixão...
E no escondido, encontro minha redenção,
Por pouco tempo, se não em vão...
Tão quanto minha nobre intenção de distração por todo o dia,
Pois é irresistível tragar-te ao cair da noite,
Corrompida pela tão bela lembrança que invade a minha mente,
Deixando-me dormente,
Perdida no tempo, à viciar-me em ti.