Laços da hetaíra
Depois da cúpula sangrenta
a faminta ópera semeia,
Do moço a lânguida veia
fermenta tua lâmina sedenta
Banhada de sequiosas espumas
fumaste do arroubo crepitante,
não mais o furor palpitante
que na terna e volumosa escuma
mas redestes ao afável, delira
nas plagas idônias, selvagens;
teu dorso, tua ira, são massagens
excentricas dos gomes da hetaíra
E fizeste do olhar moribundo
a cratera de todos os mistérios
Forjou-se o corpo em adultérios
vomitando a culpa do gozo imundo!
10 de março de 2013