Padecer no Paraíso
O toque macio da sua boca na minha boca
A renuncia da razão, já não nos serve as roupas
Te coloco ao meu redor, meus braços a buscar a sua cintura
Minhas mãos imprecisas a visitar cada ponto da sua pele crispada
Os seus seios encontram meu peito, são duas flores róseas e ousadas
Os meus dedos visitam o mais intimo do seu eu
Somos dois, somos um, eu não sou mais meu
Nossos tons se misturam em um único breu
A mistura incolor do seu ser no meu
Sua semente a buscar a minha, errante
Não são mais nossos seres, nem nossos eus
Nossas almas se conversam, num êxtase impreciso
E o amor pagão, nos faz cristãos e assim padecemos no paraíso