Falando do Mar - Gozo **
A "mãe do entardecer" me chama
E penteia meus cabelos cor de quimera
ornando-os com conchinhas do mar
Pelas mãos de minha mãe Yemanjá
vou ao encontro do amor... vou ao mar...
Que deitado em tuas vagas me espera
perfumada de néctar e ambrosia
Sereia espargindo fluídos de cio
mergulho em tuas águas cristais
e tu me preenches lentamente
em tintos dourados d'um azul infinito
Lambo de tua alma teus sais
sugas-me em ais, em sussurros e deleite
... sem fim... em plenitude me devoras!
Em gritos e corais! "restingas" de gemidos
o nosso gozo fecunda... a imensidão
Nota da Autora:
"Mãe do entardecer"
Iansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica.
Oyá, a deusa do Rio Niger,[1] é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.[1]
Nas lendas provenientes do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xangô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que o rosa é sua cor por excelência.
Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.
Na umbanda a guia de Iansã é de cor laranja(coral) e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.