AMOR SOBRE AS ÁGUAS

Meu olhar como em fotofrafia

percorre a água que desenha

o nu de teu corpo...

Corre a quimera que anseia

pelo saber profundo

de teu gosto!

A água desenha os seios

que dão-se ao paladar

de quem busca seus contornos,

presto desce acariciando

o veludo de tuas coxas.

A água que te desenha

de forma alguma nos afoba,

pois que desenha no regaço

a fonte exata de teu gozo.

Oceano que se remove

movendo-se em muitas ondas.

As palavras que tu dizes

nos gemidos de tua boca,

na fotografia não revelam

o teu ardor de moça...

São silenciados pelo preto

e o branco de luz fosca.

Mas eu bem sei quem és

quando insaciável te alvoroças,

és como a água de um rio

que embala e nos transporta

aos contos e aos romances

que nossas avós nos contam.