Tu és Neguinha

Tu és bahiana/paulistana

Morena Brejeira

cheiro de Fulô

sumo doce de cana-caiana.

Cor de canela

Iemanjá rainha do mar é ela;

musa da poesia

és Tu Neguinha!

Cruzas com a magia, sim

Tu és Neguinha? Sim

Linda e esculpida

numa lambida minha.

Adaga cravada no peito

do poeta malquisto;

mas dito por não dito

fica o que está escrito.

Brava, pantera negra

de gritos e arrepios;

que o poeta sem brio

o poema não nega.

Não nega, porque cegas

o sentido da visão.

Mas, dele o tesão

de guia lhe serve a mão.

Que despudorada descreve

a beleza da nudez;

do corpo dela revela

os encantos que a ele fez.

Se ele não fosse poeta

os dentes te cravaria;

como de letras não entenderia

só com uma língua, Te acalmaria.

Da bravura para a ternura

com magia e poema;

de fantasias teria a fêmea

mesmo que só na poesia.

Paulo Augusto Menezes
Enviado por Paulo Augusto Menezes em 16/01/2013
Reeditado em 25/02/2013
Código do texto: T4087381
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