Paralelo em delírio...

Noite quente de verão

dois corpos ardentes procuram se tocar,

mas em pensamentos, distantes estão

em silêncio, cada um no seu lugar.

De desejo se consomem, ardendo na cama

chegando a arrepiar a pele, perfumar a alma.

Mas a carne sente falta, pede e clama

Gelo na brasa só inflama, nada os acalma.

Na brasa, ou no gelo é só prazer

num vai e vem alucinante

suados, molhados, nus em pelo querendo sorver

os fluidos desse bailado fascinante.

Onde desejos saem pelos poros, insanos

não há razão e nem é direito

se nossos sonhos são conjugados há tantos anos

amantes permanecerem distantes, num paralelo desfeito.

- Valdir Guimarães e Fernanda Cau Lanza -

Cau Lanza e Valdir Guimarães
Enviado por Cau Lanza em 11/01/2013
Código do texto: T4080064
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