PINTURA DELA

Nas telas que observo tímido

Encontro traços pálidos,

Não feios, menos esquálidos

Deixando meus olhos úmidos.

Mas entro na gravura,

Participo de sua forma,

Enlaço-me na teia morna,

Lambuso-me na pintura.

Procuro teus trópegos traços,

Repouso sobre pincéis.

Descubro vários anéis,

Visto-me nos seu laços.

Delicio-me com teus toques,

Tinta de puro veludo:

Confundo-me, mas contudo,

Esse é meu jeito moleque.

Comparo ao relevo do teu corpo

Às formas daquela imagem

E, como se fosse miragem,

Delicio meus olhos mortos.

Tarcízio
Enviado por Tarcízio em 23/11/2012
Reeditado em 23/11/2012
Código do texto: T4001383
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