PINTURA DELA
Nas telas que observo tímido
Encontro traços pálidos,
Não feios, menos esquálidos
Deixando meus olhos úmidos.
Mas entro na gravura,
Participo de sua forma,
Enlaço-me na teia morna,
Lambuso-me na pintura.
Procuro teus trópegos traços,
Repouso sobre pincéis.
Descubro vários anéis,
Visto-me nos seu laços.
Delicio-me com teus toques,
Tinta de puro veludo:
Confundo-me, mas contudo,
Esse é meu jeito moleque.
Comparo ao relevo do teu corpo
Às formas daquela imagem
E, como se fosse miragem,
Delicio meus olhos mortos.