Horinha vaga
Estrada quente,
sublimação,
cabeças pensantes.
Mas em que pensam, meu Deus?!
Almoço,
lanches,
tragos que usam
a moral pra falar de amor,
mãos que, atrevidamente
supõem uma graça mais sacana
nos balcões das esquinas.
Estrada quente,
bocas e pernas suadas...
dia de trabalho
e de ereções comuns
em hora de almoço.
Tic-tac, tic-tac,
pulsa o relógio a zombar
da disponibilidade.
Tic-tac,
tic-tac,
pulsa ainda mais nossa
putaria no ranger da cama,
na horinha vaga de motel.