Horinha vaga

Estrada quente,

sublimação,

cabeças pensantes.

Mas em que pensam, meu Deus?!

Almoço,

lanches,

tragos que usam

a moral pra falar de amor,

mãos que, atrevidamente

supõem uma graça mais sacana

nos balcões das esquinas.

Estrada quente,

bocas e pernas suadas...

dia de trabalho

e de ereções comuns

em hora de almoço.

Tic-tac, tic-tac,

pulsa o relógio a zombar

da disponibilidade.

Tic-tac,

tic-tac,

pulsa ainda mais nossa

putaria no ranger da cama,

na horinha vaga de motel.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 30/10/2012
Reeditado em 13/04/2016
Código do texto: T3959966
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