ESCREVO TEU CORPO
Desenhar algumas letras sobre tua pele,
Deixar deslizar a pena em teus relevos.
Escrever frente e verso para que revele
Minha ânsia ou meus desapegos.
Deixar a rima fluir delicada e sem pudor,
Sem simetria, ao descompasso.
Quase perdidos os versos de amor
Sem pretensões – pouco mais que abraços.
Em cada estrofe alguns segredos
Incontidos em meros desejos revelados.
Pena e vestes entre meus dedos
Sonhos efêmeros e desencontrados.
Que se permita agora e depois,
Sem despedidas ou lágrimas de saudades,
Pois para cada verso que se foi
Restam as reticências da liberdade.