Oposos
Não sei se é amor, ou pura sedução.
É que me queima a pele e invoca meu suor
É que me faz pedinte, que não me distingue que me dá um nó.
É que me faz escravo, e torna vagabundo e me deixa só.
É que não me aparta que fica na minha pele e marca cicatriz
É que me deixa louco, é que sobe as faces e as avermelha no branco matiz.
É que me rouba a boca, me tirando a roupa, com sua sutileza embaixo do lençol.
É que me faz rodeios, brinca com meus seios e com meu prazer.
É que me estrai delírios, do dente aos cílios, do fogo ao pó.
É que me esquece do nome, norteia meu juízo e me ama...
É que me enlaça em teia, morre e não sacia a fome de um só.
É uma partitura, algo sem postura, sem lei sem razão.
É que me deixa pálida, me deixa pensativo, me deixa apática e me deixa nu.
É que me eriça o pelo cada fio de cabelo num arder...
É que me abre as pernas, é que vem de dentro num quebranto e gemido de dor.
É que me molha a vida, inunda meu corpo e me faz chorar.
É que me parte em dois, não deixa pra depois e não há talvez.
É um sentir mundano, um algo assim profano um querer sem querer.
É um ranger de dentes, osculo potente, mais que bem querer.
É um soneto lírico, um poema hibrido um dizer por dizer.
É um trocar de olhares, impares sem os pares, somente eu e você...