Poema que acordou desejos
(À Maria Quitéria, "A Loba Dourada")
Cabra macho nordestino, ainda saudoso
De um desejo que nunca foi embora,
Leu o teu poema erótico, gostoso
E já fica aceso em matutina hora!...
Ele sabe que não é o macho deste poema quente
Nem tampouco qualquer cacho,
Mas não se controla e diz o que sente:
"Ah, que vontade de ser esse macho!..."
E sonha que, removendo tuas dúvidas, teus medos
e tuas vestes, sou o cabra
que te ordena, olhando tua caixinha de segredos
vermelha e linda:: "Abra, meu amor, abra!"