SEMENTES DE ANJOS

O ósculo da fêmea

O sangue vermelho liberto

Um feixe de sangue escorrendo

Ferrugem sanguinolenta a céu aberto...

Um licor de anis pranificando a pingala

É noite de gala tudo a favor do vento

Volátil e sutil

Esponjas de abril

O corte na fenda se abriu

As entranhas do cortejo

Da boca extraiu

Sensitiva a glande na grade se contraiu

No arfante peitoril

Sementes de gergelim

Espalhadas por entre teus rins

É o sesámo do querubim

A boca lasciva da loba latiu

E expeliu o doce licor do Arlequim

Das entranhas de anil

A gata no cio do telhado

No céu de sua bocaum segredado Nefilim

Estrelas que os azulejos negros

No céu pariu

E nos separou da vida

Como dois bebados

Que sairam de si

E volitaram numa quase morte

De um botequim....

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 02/09/2012
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