SEMENTES DE ANJOS
O ósculo da fêmea
O sangue vermelho liberto
Um feixe de sangue escorrendo
Ferrugem sanguinolenta a céu aberto...
Um licor de anis pranificando a pingala
É noite de gala tudo a favor do vento
Volátil e sutil
Esponjas de abril
O corte na fenda se abriu
As entranhas do cortejo
Da boca extraiu
Sensitiva a glande na grade se contraiu
No arfante peitoril
Sementes de gergelim
Espalhadas por entre teus rins
É o sesámo do querubim
A boca lasciva da loba latiu
E expeliu o doce licor do Arlequim
Das entranhas de anil
A gata no cio do telhado
No céu de sua bocaum segredado Nefilim
Estrelas que os azulejos negros
No céu pariu
E nos separou da vida
Como dois bebados
Que sairam de si
E volitaram numa quase morte
De um botequim....