DE REPENTE ME BATE O DESESPERO
De repente me bate o desespero,
eu corro até o banheiro
me olho no espelho,eu choro...
tento camuflar a minha tristeza
abro a torneira lavo minha face
mais e em vão esse disfarce
Meus olhos parecem ser a nascente de um rio
dos meus olhos vazios nascem fios d`água
dos meus olhos minam águas salgadas
são as lágrimas salgadas das saudades
que correm no meu rosto
que salgam minha boca
Lágrimas que aumentam o desejo
dessa minha vontade louca
daquela que se foi
a madrugada avança,meu corpo cansa
faço uso de comprimidos pra tentar dormir
sinto-me num abismo
fico sem chão
meus soluços ecoam no quarto
tento abafá-los no colchão
Na parede ainda esta o seu retrato,esse foi o único
objeto que ela não levou embora,
eu torço que ela retorne pra buscá-lo
quem sabe ela não volte deixando feliz esse homem
Mais eu vejo mais uma noite passar,
vejo o amanhecer de um novo dia
e nada do seu retorno
eu fico sufocado pelo abandono
Eu tenho que me recuperar
eu tenho que esquece-la
tenho que tirar o seu retrato
da parede da minha vida
tenho que tirar esse desejo do meu corpo
Preciso ter noites de conforto
preciso deitar e sonhar em paz,
sem ter que tomar comprimidos
tenho que parar de chorar escondido no banheiro
ficar sem medo de me olhar no espelho
Mais ainda vivo esse sofrimento
sofro com essa falta
e vendo que ela não volta
de repente me bate o desespero