SEM RIMA 269.- ... espeleologia ...
Com meu amigo decidimos
explorar gruta misteriosa:
Chegamos à sua boca circundada
de ramalhos amáveis.
Visitáramos
outras, hostis, mas esta mostrou-se
convidativa e mesmo incitante.
Penetramos com prudente reparo,
adiantado, meu amigo, com temor leve,
trás ele, eu, apalpando as paredes húmidas:
Reinava - assim nos pareceu,
assim mo comentou como sussurrando
meu amigo, decidido já - sossego silencioso
naquele âmbito, afinal hospitaleiro, suave
e, se não fosse pelos muros desiguais de pedra,
inclusivamente brado e acariciante.
Acabamos
a exploração como em êxtase de penumbras.
E lentos, sublimados, saímos da gruta:
a luz do dia pareceu-nos mais brilhante.
Sem dúvida foi o choque de percorrer
em tempo breve espaços tão diversos.