Entre as pernas
Que vocabulário extravagante e nunca preciso
esse que o corpo descreve, quando desarmado,
numa nudez que se vê em apenas um dos lados.....
Sempre o intestino fustigado,
sempre o mesmo sempre, reiterado.
Não se sabe quem está ao lado,
mas a mão que abençoa e absolve,
conhece cada cavidade nesse escuro suspeito.
Os olhos não sabem, porque Deus não quer,
os ouvidos não ouvem,
porque o som do gemido, está no atrito apressado
entre as coxas camuflado.
Salva-me a vocação, salva-me o recato....
Ou serei confinado, junto aos brados
da entumescência da braguilha aberta,
cujos olhos, dela não podendo ser desviados,
só podem esperar que se mova no espaço
o portador desse lacrimoso engenho,
esse fim a que se destina o pecado.