SEM RIMA 243.- ... cenas sensuais ...

Cenas sensuais... Olhos poluidores...

Caminho absorto

Com descuido reparo

numas nádegas globosas

que me precedem. Dançam

inocentes ou maliciosas o jogo

digno e sublime do pingue-pongue:

Foi nesse momento que percebi

a preguiça fecunda das horas indolentes,

dissipadas em amores sossegados

sob o sol apaixonado da tarde.

Justamente eram lá

ela, de shortes concisos,

ele, de lábios humidos e mãos nervosas:

Na viatura, acogulada,

vapores de penúrias desejosas

ou acaso simplesmente torpes

deslizam-se

sob disfarces aguçados em gritos,

sob silêncios de olhares aquosos,

no desleixo dos decotes suorentos,

pela raiva dormida nas bocas sem lábios quase...

Foram três cenas sensuais...

Eu nelas ou sobre elas naveguei

durante as horas de sol e calores acirrados:

Na casa tomei um banho de chuveiro, quente...

Erro triste ou ledo que me empurrou a redigir este "Sem rima".