PORTINALHA

Olha senhora;

Não ponho em minha língua

Travas para não lhe desventurar,

Da minha boca escorre o mais profundo

Escaldar de venenos do teu amor,

Oras, faça-me o favor!

Não me olhes condenando

Tu sabes que sou rude,

E você;

Velha e desengonçada

Se um dia te toco,

É por pura misericórdia

E tu bem o sabes,

Sou flor de um campo limpo,

Sou pior que erva daninha

Você quem me plantou em sua vida

E tenho certeza;

Que não queres que eu me vá.

Impertinente é o seu calar,

Se não me falas;

É porque somente consente

Com a minha falta de pudor,

Venha querida mundana

Sinta-se irradiada de amor

E não me ignores,

Com esse seu olharzinho discreto.

De rabo de olho.

Pois minha senhora,

Vós mesma

Deu-se o direito de calar...

E somente consentir o meu escárnio.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 03/07/2012
Código do texto: T3757456
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