SEM RIMA 111.- ... devoção sensual ...
Em 17/05/2012 16:35, SanCardoso comenta, no “Recanto das Letras” o poema SEM RIMA 105.- ... short(s) ... (T3670375): “Duas colunas gregas, torneadas, pelos deuses, a segurar, sedutores prazeres, de divino sabor...rss - Parabéns, pela tua bela apologia as pernas femininas, Agil! beijos ternos.”
A seguir tento continuar em verso que não é verso e para além sem rima a atmosfera lírica deste apontamento amável:
Numa outra série, quase esquecida,
redigi alguma ousada comparação
(ou metáfora ou alegoria talvez)
com os rios paradisíacos, aqueles
que jorravam mel e leite,
segundo cantam os salmos e os profetas...
Escrevia nalgum lugar do “Recanto”
(e agora reescrevo, plagiário de mim):
Imbuído em peregrinagens,
habitante em Terra de peregrinos,
observo (e anseio) pernas belas,
torneadas e suaves,
bronze arredondado de romeiro
a desfrutar de romarias
dolorosas (por frustrantes, talvez),
prazerosas (por oferecem caminho gostoso).
Moisés ímpio e inverso,
ouço vozes argilares que me ordenam
percorrer peregrinação impenitente
por areias abundantes em sabores e delícias.
Não ermos, mas rios dilatados de areia macia,
Tigre e Eufrates feros e ferazes,
femininos e ternos,
caminhos sensuais
a felicidade insuspeita.
Vozes de anjos modelados em argila sedosa
ou doze tribus de paixões lascivas
dominam e ordenam resvalar acariciante
por ambos os cursos caudalosos
em ledice peregrina até o momento
sagrado, em que a vítima se imola
dócil e humilde, devota e lúbrica.