A boca sua
Você não diz nada
E se diz...;
Palavras são pássaros
Esvoaçam, escorregam pelo vento
Pousando nos galhos de outros astros
E nem tento apanhá-los
Suas palavras têm liberdade
Mas não me prendem
Porém meus olhos se condenam
A prisão da sua boca
(Qual a distância dela da minha?)
Mesmo dizendo
(sei que diz algo)
Não ouço nada
Suas palavras neblinam
À minha volta
(Não me importo com elas)
Mas seus lábios
São almofadas
Onde meus olhos se deitam
Não, não digas nada
Suponho que dirás
Sobre a vida e a morte
(Não me importa seus conceitos)
Meu delírio: seu chiclete
E os centímetros eternos
Que nos separam