A boca sua

Você não diz nada

E se diz...;

Palavras são pássaros

Esvoaçam, escorregam pelo vento

Pousando nos galhos de outros astros

E nem tento apanhá-los

Suas palavras têm liberdade

Mas não me prendem

Porém meus olhos se condenam

A prisão da sua boca

(Qual a distância dela da minha?)

Mesmo dizendo

(sei que diz algo)

Não ouço nada

Suas palavras neblinam

À minha volta

(Não me importo com elas)

Mas seus lábios

São almofadas

Onde meus olhos se deitam

Não, não digas nada

Suponho que dirás

Sobre a vida e a morte

(Não me importa seus conceitos)

Meu delírio: seu chiclete

E os centímetros eternos

Que nos separam

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 15/05/2012
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