Êxtase

Minha alma tem janelas

Por onde corre a neblina

E onde perco compasso

Prendendo-me, criando laços

Por causa do cheiro íntimo do corpo dessa menina

As cinzas do pensamento

Dúvidas todas queimadas

Jogadas ao longo do tempo

Do jardim de minha amada

Talvez corte meus pulsos

Sou mestre, sou aprendiz

Afiando a lingua em frêmitos

No rebolar de seus quadris

A compulsão macumbenta

Girando, embasando as vidraças

Gemidos, gritos, pele corta

Por tuas unhas encarnadas.

Salto sobre o teu corpo

Na revanche um xaque-mate

Rainha de coxas roliças

És minha nem que me mate!

Vulcanicamente sem freios

Sem receios, sem sutiã

Minha serpente sensual

Dançante, meu carnaval

Sou teu sem receios, sem começos ou meios

Sem nada de eventual.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 04/05/2012
Código do texto: T3649692
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