EM  MINHAS  ÁGUAS
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Desatei os meu medos

abrindo os laços

do meu vestido

E minha pele

de leve tocaram teus dedos

ávidos

incertos

feito pássaros errantes

hesitantes
 

No susto, me olhaste interrogativo

cativo

irremediavelmente perdido

Eras agora tão meu

tão sem defesas

menino

os dois despertos, ofegantes
 

E eu sentada no teu colo

a saia subida, atrevida

luz sobre as pernas expostas
 

Vertigem!
 

Nas bocas coladas

babadas

o gosto daquele conhaque

dividido na expectativa
 

 

Tudo parou

naquele instante

porque é assim

que o tempo pára!

 

Ah, angústias

estrepitosas, ávidas

e tu crescendo intenso

sob a minha fome

amor que não tem nome




Me beija mais,

te quero tanto... [agora]

Pensa as minhas feridas

com tua língua...


Fatal e tão perdida

ela desliza


destemida

 

Oh, calafrio !
 
 

O teu barco neste rio

das minhas águas

de dentro

Sedento...


 

 enamorado conviva

nessa delícia subida
 

 Depois, com mãos fortes

me pega pelas ancas

e bebe este vinho que verto em meu seio

Sofregamente

me bebes, ao meio!

 

E tu e eu

a vida

explodimos  assim

ah, lugar comum pra dizer

mas explodimos sim

é neste mar sem fim

 
 

Oh, calafrio !
 
 

Das minhas águas

onde vagueia o teu barco

aonde  chego

e de onde  parto

errante passageira das minhas ânsias

nascem o riso e o pranto


Dessas águas me sei inteira

e quando mergulho assim tão fundo

sucumbem o medo,  até a morte

sou dona da minha sorte

e a minha mais bela paisagem!




 









 





 

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 03/05/2012
Reeditado em 04/05/2012
Código do texto: T3648378
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