"DURMA BODE VELHO"
DURMA BODE VELHO
Valdemiro Mendonça
Eu preciso dormir, mas neste calor é impossível
Tenho de acordar cedo e labutar sem preguiça,
Mas este perfume de pecados e a luz sugestiva
E esta camisola aberta mostrando a coxa roliça.
Ai, ai, ai pior é ela fingindo que está dormindo,
E eu tenho de fingir ser verdade e que acredito,
Mas sei bem, é o romantismo que está sentindo.
É culpa deste bendito calor e do luar tão bonito.
Eu até já dei uma encostada na anca da fingida,
Mas ela quer é ver o seu Valdemiro sem a rima
O pior é que conseguiu, agora estou querendo.
Vou descascar a camisola dela e pular em cima.
Não é que a danadinha riu quando eu esfreguei,
Eu sabia que a cabritinha gosta mesmo de fingir,
Ela sabe o jeito certinho de atazanar o seu bode.
E depois sabe como acalmá-lo e o fazer dormir.
Bem agora está tudo certo até o calor refrescou,
Pelas gretas do telhado do nosso belo ranchinho
Vejo os raios da lua alumiando as pernas grossas
Desta cabra que sabe como tesar seu cabritinho.