Na Carne

Na Carne

Teus lábios juntados aos meus,

O calor de um corpo excitado,

Esta noite serei o santo Deus,

Do renascer farei meu reinado.

Ela calada e afoita se despia,

Com a leveza de uma dama,

Minha mão tua pele corria,

Comprimindo seu corpo na cama...

E quanto prazer em um suspiro,

Envolve-se no vapor barato,

Deste ar que no desejo respiro,

Na escuridão de um quarto

Teu róseo corpo se enrubesce,

Entre os lençóis recolhidos,

E a paixão a centelha que cresce,

Nos nossos rostos exauridos.

Acender um cigarro e na fumaça

Abrir-te o âmago assim profundo.

Esta noite. Tu serás a criança,

Que virá a controlar meu mundo.

Mas o corpo que vai e vem,

Como o pêndulo no profundo poço,

Na hora alta, na prece o amém,

É o orgasmo em débil esforço

Uma luz que lenta se acende,

Sob a escuridão do mundo casual,

Igual o incenso que o olor recende

Nesta nossa núpcia espiritual.

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 07/04/2012
Código do texto: T3600190
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