Delírios

Silêncio da noite

Ela percorre em passos largos a sua imaginação

Numa busca incontida

Não se intimida

Desesperadamente

Sente o pulsar do seu coração

Seu corpo estremece

E ofegante fica a sua respiração

E pensa nele. Desejá-o

Sem raciocínio e sem razão

Para ela ele representa tudo o que lhe contenta

Sua vida, sua paixão.

Ela arde em desejos

Como ferro em brasas.

Como se fosse as chamas de um vulcão

Olha pela fresta da porta

Mas o que vislumbra

É o breu da escuridão

Então se lembra

Não adianta chamar por ele

Ele está longe, nem sabe onde. Qual o seu nome?

Ela não sabe se é José, se é Francisco ou se é João

Então se lembra que está só

Isso lhe dói, quer queira ou não.

Então a fera vai se aquietando

Se dando conta da solidão

Até que enfim ele adormece

E na quietude da noite escura

Ela sente a calma

A triste calma da solidão.

**************Eunice Andrade*****************

Nice Andrade
Enviado por Nice Andrade em 29/03/2012
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