Delírios
Silêncio da noite
Ela percorre em passos largos a sua imaginação
Numa busca incontida
Não se intimida
Desesperadamente
Sente o pulsar do seu coração
Seu corpo estremece
E ofegante fica a sua respiração
E pensa nele. Desejá-o
Sem raciocínio e sem razão
Para ela ele representa tudo o que lhe contenta
Sua vida, sua paixão.
Ela arde em desejos
Como ferro em brasas.
Como se fosse as chamas de um vulcão
Olha pela fresta da porta
Mas o que vislumbra
É o breu da escuridão
Então se lembra
Não adianta chamar por ele
Ele está longe, nem sabe onde. Qual o seu nome?
Ela não sabe se é José, se é Francisco ou se é João
Então se lembra que está só
Isso lhe dói, quer queira ou não.
Então a fera vai se aquietando
Se dando conta da solidão
Até que enfim ele adormece
E na quietude da noite escura
Ela sente a calma
A triste calma da solidão.
**************Eunice Andrade*****************