Volúpia

Eu quero em teus lábios de volúpia feminina,

Nos cantos malditos da viola,

Embriagar a minha alma solitária e ardente

Junto dos braços da espanhola...

E sentir tua rósea face descarnada corar

Arder na febre d’uma paixão

Vibrando as cordas da lira virgem silenciosa,

No palpitar puro do coração!

Nas vagas imagens de róseos corpos carnais

Deflorei teu botão em flor,

No ranger dos corpos em um suspiro amoroso

Deixei-lhe os fluidos do amor

Não me culpes, embora meu corpo tão gasto

Em orgias de noites anteriores

Uniu-se a tua alma ao menos uma vez sequer,

Libertando-a dos seus pudores,

Debalde, tornei-me um amante das orgias,

E meu sepulcro se tornou leito,

Haveria senão de teu corpo nu em languidez

Se contrair junto de meu peito?

Contudo, leve ao teu seio róseo e furta-cor,

Um breve canto lamentoso,

Como a poética dos suspiros da mocidade,

A cerrar-te os olhos num gozo!

Vem mulher, que minha alma te deseja,

Em soluços da casta letargia,

Beijar-te a face núbia em santa languidez

Na cópula da orgástica orgia!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 18/03/2012
Código do texto: T3561953
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