Espiral dual

Talvez eu te procure

Com a pele ardendo em açoites

Com sede e fome de ternura

Caçando e pescando carícias

Como um náufrago procura...

Um pedaço de madeira... Chão!

Para sentir a tua explosão

Da mais terna e viril emoção

Serpenteando em enrolado espiral

À procura de um atalho...

Portal de um labirinto sensual

Massageando a tua aveludada pele

Para que sigamos mais que

Sombras no amor...

Há que se caminhar célere

Com o passo suave de uma garça

No vigor vulcânico da paixão

Vou surgir em corpo longo

No rodopio esguio de bailarina

Com os seios arfando em pulsações

Beijarei sem pressa os teus lábios

Que embriagados ficarão de saliva

Afagarei cabelos negros abundantes

Pelos arrepiados em transe

De muitos matizes se espalhando

Em intrincados espirais...

Na sutil eletricidade magnética

No frigir do mais belo elo poético

Enroscar-me-ei em teu pescoço

Trarei o incensário em fogo

Labaredas, chamas, alvoroço

Com um enxame de sensações

E aromas suaves esvoaçantes...

Sugarei delirante do teu néctar

Do mel, da fava de tuas curvas

Juntos em giros e carícias múltiplas

Faremos o caminho inverso no tempo

Ficaremos como dois seres levitando ao léu

No colo estratosférico do espaço estelar

Sombreados na travessia do breu

Só girando e cavalgando nas nuvens

Só eu e você e você e eu... Sempre!

Exalando cheiros em versos

Alinhavados no calor da madrugada

Compostos sem pausas e descansos

Numa sinfonia de acalantos

Que depois recolhemos ao amanhecer...

Duo: Márcia Portella e Hildebrando Menezes - Poetas do Amor e da Paz

Nota: Inspirado no texto original de Márcia Portella intitulado “ESPIRAL” constando no link:

http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/espiral?xg_source=activity

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/03/2012
Código do texto: T3559421