Espiral dual
Talvez eu te procure
Com a pele ardendo em açoites
Com sede e fome de ternura
Caçando e pescando carícias
Como um náufrago procura...
Um pedaço de madeira... Chão!
Para sentir a tua explosão
Da mais terna e viril emoção
Serpenteando em enrolado espiral
À procura de um atalho...
Portal de um labirinto sensual
Massageando a tua aveludada pele
Para que sigamos mais que
Sombras no amor...
Há que se caminhar célere
Com o passo suave de uma garça
No vigor vulcânico da paixão
Vou surgir em corpo longo
No rodopio esguio de bailarina
Com os seios arfando em pulsações
Beijarei sem pressa os teus lábios
Que embriagados ficarão de saliva
Afagarei cabelos negros abundantes
Pelos arrepiados em transe
De muitos matizes se espalhando
Em intrincados espirais...
Na sutil eletricidade magnética
No frigir do mais belo elo poético
Enroscar-me-ei em teu pescoço
Trarei o incensário em fogo
Labaredas, chamas, alvoroço
Com um enxame de sensações
E aromas suaves esvoaçantes...
Sugarei delirante do teu néctar
Do mel, da fava de tuas curvas
Juntos em giros e carícias múltiplas
Faremos o caminho inverso no tempo
Ficaremos como dois seres levitando ao léu
No colo estratosférico do espaço estelar
Sombreados na travessia do breu
Só girando e cavalgando nas nuvens
Só eu e você e você e eu... Sempre!
Exalando cheiros em versos
Alinhavados no calor da madrugada
Compostos sem pausas e descansos
Numa sinfonia de acalantos
Que depois recolhemos ao amanhecer...
Duo: Márcia Portella e Hildebrando Menezes - Poetas do Amor e da Paz
Nota: Inspirado no texto original de Márcia Portella intitulado “ESPIRAL” constando no link:
http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/espiral?xg_source=activity