Meio Amargo
Ergo o queixo para alcançar teus lábios,
À pouco me diziam coisas tão cruéis,
Percebo teus olhos enfatuados,
Em me ver ali na ponta dos pés.
Meu desejo confronta o teu,
Movimentos lentos, bocas entreabertas,
Suores ardentes, corações disparados,
Mãos suaves e inquietas.
Já não te vejo tão soberbo,
E aqui encontro o mais doce ser,
Horizontalizado, e rendido ao sumo prazer
Oportunidade singular, nós no mesmo escopo,
Encaixe preciso, já nem resido nesse corpo.
Mistura de sensações e sentimentos,
O teu querer passageiro, coisa de momento,
O meu eternizar despropósito e ilógico,
E o que é de fato, indubitável
No mais extremo firmamento.
Viver o agora,
Ora palavras amargas,
Ora carinhos doces
Ficamos então no impasse,
Guerra e paz, não querer
E querer bem mais.
E no fim somos amantes
Doce Meio Amargo