Meio Amargo

Ergo o queixo para alcançar teus lábios,

À pouco me diziam coisas tão cruéis,

Percebo teus olhos enfatuados,

Em me ver ali na ponta dos pés.

Meu desejo confronta o teu,

Movimentos lentos, bocas entreabertas,

Suores ardentes, corações disparados,

Mãos suaves e inquietas.

Já não te vejo tão soberbo,

E aqui encontro o mais doce ser,

Horizontalizado, e rendido ao sumo prazer

Oportunidade singular, nós no mesmo escopo,

Encaixe preciso, já nem resido nesse corpo.

Mistura de sensações e sentimentos,

O teu querer passageiro, coisa de momento,

O meu eternizar despropósito e ilógico,

E o que é de fato, indubitável

No mais extremo firmamento.

Viver o agora,

Ora palavras amargas,

Ora carinhos doces

Ficamos então no impasse,

Guerra e paz, não querer

E querer bem mais.

E no fim somos amantes

Doce Meio Amargo

Anna Lima
Enviado por Anna Lima em 29/02/2012
Reeditado em 27/11/2013
Código do texto: T3526379
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