VOLÚPIA OU MULHER EM CHAMAS
Sobra uma volúpia no olhar
Sombras eróticas
De uma rotina quase insípida
E as pernas, de pelos e panos
Revestidas,
Desejam olhos no chão que
Pisam
Fogo das entranhas da terra
A queimar a flor na hora
E os seios se avolumam
Como preces
Pedindo olhos perfurantes aos
Céus
Quase em fogo
A queimar suas vestes,
Máscara de pudor
Pelas ruas frias, calçadas alimentadas
Pela história
Desfila, invisível, um fogo
Que o ser inflama
E reclama aos sensíveis olhos
A chama a lhe consumir
Pelos desejos escondidos na
Memória