A Febre

O desejo insano consome os corpos desnudos

Do pudor de outrora...

Seguem assim os dois amantes errantes

Cegos pelo cio da fera languida.

O suor escorre pelas costas

A língua do varão toma para si

A boca tremula diz palavras desconexas

O hálito febril procura a boca carnuda,

Da mulher sedenta e despudorada

Apenas o desejo absurdo de sucumbir

A fraqueza carnal dos amantes

Enroscados... Entrelaçados... Enlaçados...

Brincam entre lençois de pura seda negra

Não se sabe onde uma começa e outro termina

Feito duas salamandras jogadas ao fogo

Unidos... Encaixados... Despidos...

Entre gemidos e frases inacabadas...

Chega sublime momento do coito

Após o deleite outrora. Abandonados,

Suados em meio a secreções e odores secretos.

Homem e mulher exaustos

Entre pura seda negra.

Mãos entrelaçadas olhares profundos

Os amantes esperam a febre passar.

Lu Portaux
Enviado por Lu Portaux em 25/02/2012
Código do texto: T3519303
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