Embriaguês de uma doce fada.
Sábado de madrugada...
Um tantinho de fome
Sem conversa e sem risada:
O silêncio quase consome.
Quem vive do inesperado,
Sempre ao Deus dará
Mas gosta de ser amado...
De vez em quando sofrerá.
Muitos dançam ou dormem
Para além do lado podre da vida.
Embriagam-se ou comem
E nos presídios, nos hospitais, a ferida.
Afago, beijo, carinho...
Bem podia vir de lá o abraço
A mansidão de alguém sozinho
Feito canto de um pássaro: sanhaço.
Mas quando entra a semana
Chega o cântico que vale por revoada
Muitas noites ele passou longe da cama
E ela se sente do mundo a mais amada.