MOLHADA
As gotas deslizam pelo meu corpo
Quisera que fossem os dedos teus
A água fria faz minha pele eriçar
Penso no arrepio que me provocas
Imersa, sinto-me fenecer suavemente
Volto à tona conduzida por tuas mãos
Molhada, estendida ao chão,
Tua boca me ressuscita
Devaneios de emersão abrupta
No abrir de olhos, alucinada
A cor azul mescla às nuvens alvas
Encobrindo o astro que me guia
Jazida no deque, agonizando
Entre a sorte no jogo
E o infortúnio no amor
Ergo minha taça num brinde
Ao teu amor distante
Esperando que o vento mude
Leve ligeiro minha sorte
Trazendo-me teu amor sedento
Que vendo meu corpo molhado
Desejes-me, como te desejo
Porque não há ventura maior
Que ter o teu amor