Tela nua


A tela nua
onde tu pintavas
a mim mostrava
tua imagem inerte
desenhada

Visão deliciosa
quanto desatino!
Escorria em teu corpo
gotas cristalinas

Em delírio beijei
seus lânguidos lábios
sugando o plasma
me inebriei

Com o tempo frio
aquele desenho
apagou
Saudades tenho
daquela pintura
na qual eu guiava
os mais alucinados
manejos teus

Sem imagem tua
agora é apenas
uma tela nua
onde estão gravados
os segredos meus


 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 20/01/2012
Reeditado em 14/07/2012
Código do texto: T3452225
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