Volúpia
És o mais doce mistério
ousado capricho... que Zeus criou
Com as tintas indeléveis do passado
trazes no peito tatuado
... o espírito dos antigos
e destemidos navegantes
No olhar lindo e profundo
a vontade apaixonante
de descobrir e desbravar
os tesouros escondidos
no interior do meu mundo
Fragrância de caloroso amante
Rubro... ardes em pura chama
Aroma...
das águas de banho que perfumam
o corpo divino de Afrodite
que afloram de sua pele
como gotas de sensualidade
e se misturam ao toque
dos nossos corpos nus
e incandescente
Afloras em mim o que há
...de sagrado
E o que há de profano
Atlântida
Deixo-me ser invadida
pelo teu mar de palavras
mediterrâneo dos teus desejos
Sugada...
Nos redemoinhos fictícios
dos teus beijos
Nos ardis quiméricos
que tuas mãos versejam
com o mais ardoroso “tesão”
Vou me perdendo
...me perdendo
Entre gemidos, sussurros
Arrepios... nossos ais
Até desaparecer
no oceano de tuas carícias
na divindade
do teu corpo poético... me entrego
Tornando-me lendária
e instigante lembrança
em tua volúpia.