Coisinha Fofa e Maliciosa

Coisinha fofa e maliciosa
Faz-se de morna, mas és fogosa
Cintura bem fininha
Onde com facilidade,
Em minhas mãos consigo te segurar.
Não sabes mas enquanto ias
Eu já estava de volta,
Trazendo nas mãos a oração
Coisinha fofa descomplicada
Que entende tudo a um simples olhar
Amadureceste antes do tempo
Colheram-te antes de amadurar.
De tão fofinha és requisitada
Por homens que se prostram a teus pés,
Embasbacados, parecem loucos
Mas quem não ficaria ao te amar?
Coisinha fofa esquentadinha
Que empresta o corpo, a quem o procura
A toda hora e a todo instante
Pois és tão vulgar e insinuante.
Sua oferta tem cheiro de cio
De cama em cama
Cochilas um pouco
Por um instante, até pensas em descansar
Mas eis que derrepente
Apresenta-se o próximo
E nasce de novo
O ritual de se entregar.
E te transforma de coisinha fofa
A fêmea solta, esperta ao buscar
Pouco se te vê de roupa íntima
Viver nua é sua sina, e na cama faz seu labutar.
Com dinheiro já do dia
De volta no caminho, já começas elaborar
Que mentira será contada
Já que passaste o dia a contar.
Disfarças agora que é dama
Torce por um cliente não te encontrar
Espera a noite calmamente
Separa já tuas vestes extravagantes
Pinta teu rosto singelo
Pois a rua vais voltar.
Sai às alamedas procurando
Quem por gozo quer pagar
Junta em cofres teu dinheiro
Junta até à hora chegar.
Alcançando sua meta
Se puder pula fora
Procura amores diferentes
Que não te queira por te pagar a hora.
Enfeita teu corpo ardente
Domina sua ganância
Esquece o passado
Teu momento é agora.
Ainda que continue sendo
Uma coisinha fofa e maliciosa
Se Entregue a um só amor
Aos outros? diga: - To fora!