PREDADOR DE MIM...
Qual planta sedenta, me invades
Na aridez do teu deserto sem fim
Crava-me tuas raízes, como Sades
E violentas meus orifícios, assim
Penetras mi'alma, sou teu alimento
Tomas minha seiva, e mata a sede
Satisfaz o desejo, de animal sedento
Abandonas esta carcaça nua, vêdes
Inanimada, sem vida, restos de mim
Do alimento, nada restou, ossada
Esquecida, oca, sorvida até o fim
Arrasto-me exaurida, busco a ti
O meu vício, meu ópio, meu nada
És meu amor, e predador de mim