DEUSA DA SENSUALIDADE
Eu sou carmim de sol que deita no poente
Brilho de estrela cadente
Lua velha na sertão
Nebulosa a fervilhar em noite silente
Olho de água corrente
Que se arrasta no porão
Sou a verdade que arrebenta em qualquer cara
Pau-de-fogo, pau-de-arara
A voar na imensidão
Sou liberdade de um grito incontido
Dos passos do perseguido,
Sou o norte e a razão
Sou a que tem malemolência de serpente
Pra colher estrela cadente
No azul do teu olhar
Sou a que chora amando contra a corrente
Se eu sou tão indecente
É pra poder te despertar