Série Cinismo n.37
Você chega e me ordena:
Deita. Parece um bárbaro!
Eu sinto uma raiva surda,
feminina - e fico esquiva...
Digo não, estou ocupada,
não tô bem, nem composta.
Você diz em voz serena
temperada em água-viva:
Deita. Dou-lhe as costas
e caminho meio à deriva.
Tremo - mas não cedo -
ainda que eu tenha medo.
O seu chamado é escuro,
terceiro e último... duro:
Deita! Te quero agora,
pequena/minha/inteira,
nessa cama ou na rede
se, de você, tenho sede.
Não quero mais ser cativa,
então tento alguma saída,
mas não tem. - Veeeem!
Você perde toda a paciência
quando sua mão me alcança
e quase me joga na parede.
Ahh! Também fico furiosa,
assim, eu mordo a sua boca
mas, em vez de me soltar,
você perde todo o freio
e - num rápido meneio -
me arrasta junto pro chão.
Pior é que, nessas alturas,
humm...pega fogo a paixão
que o seu olhar incendeia
na minha pele e nas veias,
pois eu, pequena demais,
que posso contra sua teima?
Entro bem na brincadeira
esquecendo a compostura:
Chamo você de meu rei,
meu lindo... meu macho
e rolamos sob as cadeiras
até a nova noite chegar -
sem broncas nem porquês.
...
Mas digo, já pensando nos tachos:
-Aff... que eu vou servir no jantar?
...
E rindo - a mais não poder -
você ainda me responde: Você!
Silvia Regina Costa Lima
10 de maio de 2011
Obs: É só poesia, gente, um encontro amoroso de cão e gato, uma brincadeira entre eles, não amor bandido...rs
Deita. Parece um bárbaro!
Eu sinto uma raiva surda,
feminina - e fico esquiva...
Digo não, estou ocupada,
não tô bem, nem composta.
Você diz em voz serena
temperada em água-viva:
Deita. Dou-lhe as costas
e caminho meio à deriva.
Tremo - mas não cedo -
ainda que eu tenha medo.
O seu chamado é escuro,
terceiro e último... duro:
Deita! Te quero agora,
pequena/minha/inteira,
nessa cama ou na rede
se, de você, tenho sede.
Não quero mais ser cativa,
então tento alguma saída,
mas não tem. - Veeeem!
Você perde toda a paciência
quando sua mão me alcança
e quase me joga na parede.
Ahh! Também fico furiosa,
assim, eu mordo a sua boca
mas, em vez de me soltar,
você perde todo o freio
e - num rápido meneio -
me arrasta junto pro chão.
Pior é que, nessas alturas,
humm...pega fogo a paixão
que o seu olhar incendeia
na minha pele e nas veias,
pois eu, pequena demais,
que posso contra sua teima?
Entro bem na brincadeira
esquecendo a compostura:
Chamo você de meu rei,
meu lindo... meu macho
e rolamos sob as cadeiras
até a nova noite chegar -
sem broncas nem porquês.
...
Mas digo, já pensando nos tachos:
-Aff... que eu vou servir no jantar?
...
E rindo - a mais não poder -
você ainda me responde: Você!
Silvia Regina Costa Lima
10 de maio de 2011
Obs: É só poesia, gente, um encontro amoroso de cão e gato, uma brincadeira entre eles, não amor bandido...rs