PERERECA
Há poucos dias, ganhei um chaveirinha de uma jovem com uma perereca pequenina. Disse ela brincando, já que você fez o poema da aranha, então faça o poema da perereca. No momento, disse-lhe que não poderia fazer, pois tinha medo que a poesia saisse erótica e a jovem é casada. Mas, ela insistiu: pode fazer, não tem problema. Mas, como sou um poeta fino, não deixei transparecer erotismo, apenas sensualismo. E ai está:
PERERECA
Menina bonita, de jeito sapeca,
Me deleitei com sua perereca
Que me deste enfiada num chaveirinho
Coloquei no meu bolso, e perdi seu bichinho.
Senti um aperto no coração,
Para não chorar, fiz essa canção:
Perereca que nada na linda lagoa
Parece que tem uma vida tão boa.
Perereca que vivi nas margens do rio,
Com seu canto alegra meu mundo vazio.
Perereca que sobe, perereca que desce
Perereca você, meu mundo envaidece.
Perereca que anda na verde grama
E as vezes dorme, até em cama.
Perereca você, é tudo pra mim,
Você é história que nunca tem fim.