FRONTEIRAS ÍNTIMAS
Cada poro do teu corpo me devora
quando passo, em beijo e voo breve,
as fronteiras íntimas que dividem
dois desejos: o meu onda, o teu rochedo...
E molho-te de sede essa vontade
de me seres rítmico investir,
recuo, engulo, cerco e morro em espuma,
deslizo-te e desenho-te as texturas.
Cada areia que tece o nosso leito
é agora fogo aceso que nos traga
e nos queima em crescente de marés
até à erosão da inconsistência...