AS CHAVES DOS AMANTES
Entre quatro paredes de um lugar qualquer
Dois amantes
E tudo que é permitido ao par.
Tudo pode.
Tudo deve.
Abandonados ao prazer que a natureza lhes habilitou.
Esquecidos do mundo.
Esquecidos de si mesmos.
Esquecidos de que nas paredes há vidraças,
vãos,
portas.
Lá fora a vida corre.
Dentro se faz em ritmos regidos pelos corpos maestro/orquestra.
Despreocupados com o mundo,
Valorizando cortinas e persianas
cama, parede, lençol.
Entregaram-se aos gemidos e sussurros.
Tudo é prazer.
Eles têm as chaves.
São, da carne, amantes.
L.L. Bcena, 13/08/2004
POEMA 344 – CADERNO: CESTA DE VIME.